Na edição deste “Fim de cena” iremos falar de alguém que
pendurou as chuteiras e, ao mesmo tempo, fez descansar as suas luvas. Mais concretamente,
refiro-me ao experiente guarda-redes Timothy Matthew Howard, mais conhecido por
Tim Howard.
Nasceu a 6 de março de 1979, em North Brunswick, e o seu
primeiro clube foi o North Jersey Imperials, onde realizou 6 partidas e foi
levado para outra paragem pelo seu treinador de guarda-redes, Tony Coton, o
mesmo que o introduziu neste desporto.
Foi a 18 de Agosto de 1998 que realizou a sua estreia na MLS
com o MetroStars, executando 5 defesas e garantindo uma vitória por 4-1 sobre o
Colorado. Curiosamente, foi a sua única aparição nesse ano.
Com poucas oportunidades pelo escalão principal, foi-se
destacando pelas camadas jovens das seleções norte americanas, mais
precisamente nos sub-20, chegando a competir no Mundial sub-20 realizado na Nigéria, em 1999.
Em 2001, tornou-se no mais jovem jogador da sua posição a
ganhar o prémio de melhor guardião da MLS. Mas foi na temporada de 2002 que
encontrou mais regularidade a nível competitivo, participando em 27 dos 28
jogos, chamando a atenção de clubes europeus.
Teve a sua primeira grande prenda a 10 de março de 2002,
estreando-se pela seleção norte americana onde, mais adiante, conseguiu
acumular 121 internacionalizações, 3 títulos da CONCACAF (2007, 2013 e 2017) e
também o prémio de melhor guarda-redes na Taça das Confederações, em 2009.
Em 2003, o Manchester United exerceu o seu poder de compra e
chegou-se à frente com 3.2M€ para a obtenção da maioria dos direitos do atleta.
Foram 3 anos em que o americano realizou 77 partidas, conquistando a Supertaça
de Inglaterra na sua estreia e a Copa da Liga Inglesa na sua "partida".
Com a compra do guarda-redes holandês Van der Sar, Howard
saiu para o Everton, por empréstimo, de forma a ganhar mais tempo de jogo. Acabou por conseguir isso com sucesso e, assim, a sua transferência a título definitivo
aconteceu no ano seguinte, por uma verba de 4.2M€.
Tim realizou 370 jogos. Tudo isso se traduz numa
representação de 10 épocas ao serviço dos toffees,
onde inclusive marcou um golo.
Uma história interessante para contar às futuras gerações: na
temporada 11/12, frente ao Bolton, ao aliviar uma bola, conseguiu que a mesma entrasse
na baliza após ter passado pelo redes adversário. Pena o resultado ter sido uma
derrota por 1-2. Mas este golo valeu-lhe um registo histórico, pois apenas três
colegas de posição foram capazes da mesma proeza, na Premier League.
Após este longo contrato ter chegado ao fim, regressou aos
Estados Unidos para representar a equipa de Colorado, competindo novamente na
MLS. Nessa segunda passagem, conseguiu chegar até às finais das confederações,
perdendo para a equipa de Seattle, num agregado de 3-1.
A sua última partida foi frente à LAFC, que venceu por 3-1.
Mas, neste caso, o jogo não tinha um caráter tão importante, por se tratar da
última jornada da fase regular da MLS.
Não será esta partida que nos fará recordar este jogador,
mas sim as suas presenças na Premier League onde, na minha opinião, foi um
pilar na equipa do Everton, que só agora encontrou alguém para passar o
testemunho.
Howard será recordado por ser um líder, um guardião que
nunca ficava mal na fotografia, mesmo nas derrotas. Mas, principalmente, um
senhor entre os postes!
Teremos saudades, Howard!

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