sábado, 31 de agosto de 2019

"Fim de cena" - Ashley Cole

Mais um fim de cena, desta vez com o ex-futebolista inglês Ashley Cole, com 38 anos de idade.

Nasceu no dia 20 de dezembro de 1980, em Londres, mas foi em 1997 que começou a ter destaque nas camadas jovens dos Gunners.

Começando como extremo, mas recuando no terreno para a sua posição mais conhecida (lateral esquerdo), Wenger chamou-o para a equipa principal, em 1999.

No seu primeiro ano, foi emprestado ao Crystal Palace FC, mas após o seu regresso conseguiu segurar um lugar no onze inicial.

Sendo uma das principais chamadas assíduas à seleção principal de Inglaterra, Cole viu que precisava de novos desafios para não estagnar, e com a situação financeira e problemas internos, manteve-se sempre na sua cidade natal e mudou-se para os Blues.

Por uma quantia a rondar os 7.4M€, o Chelsea FC foi a sua nova casa durante oito anos consecutivos. Na altura, José Mourinho era o treinador nesta sua nova etapa.

Anos mais tarde, Cashley (alcunha dada pelos fãs do Arsenal FC) lançou um livro sobre o mesmo, explicando o porquê da sua saída de um clube que nunca o tratou como uma estrela, que até
à data o deviam ter feito e que nada, entretanto, fizeram para impedir a sua transferência para o outro clube londrino.

Esta transferência acabou por lhe dar a maior conquista da sua carreira - a Champions League, em 2012 - e, no ano seguinte, a Liga Europa também seria adquirida!

Finalizado o contrato com o clube inglês, viajou para um novo país e, a custo zero, a AS Roma adquiriu o seu passe durante duas épocas.

Após ano e meio de cumprimento, Ashley rescindiu com o clube italiano e foi em busca de um novo desafio, sendo a MLS o seu próximo destino.

Os LA Galaxy fizeram uma boa aquisição, onde o próprio deu experiência a uma equipa que se quer tornar grande nos Estados Unidos da América e, pelos vistos, isso está a acontecer após a sua saída. Mas, em 2019, iria rumar novamente para Inglaterra para terminar a sua carreira pelo modesto clube da Championship, Derby County, comandado por Frank Lampard, que pediu experiência e um comando de voz dentro das quatro linhas.

No dia 18 de agosto do presente ano, o inglês pendurou as chuteiras. Tudo o que conquistou não será esquecido. Será lembrado como uma pessoa tímida fora do jogo, mas como uma voz de controlo em campo.

Certamente o seu profissionalismo nunca foi posto em causa por onde passou, mas, apesar dos cânticas dos fãs dos Gunners, Cole também nos fará sentir saudades da sua qualidade de cruzamentos bem medidos e da sua resistência e velocidade, características ganhas numa formação onde começou na parte mais ofensiva de um onze.

Vamos ter saudades!

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Domínio do leão com Raphinha renovado e Folha sem medo.

PORTIMONENSE SC vs SPORTING CP
Liga NOS (3ª jornada) - 28/08/2019



Domingo é dia de família e futebol. Bom futebol.

No destino mais a sul, o Portimonense SC recebeu o Sporting CP a contar para a terceira jornada.

Os leões tinham em jogo a hipótese de assumirem a liderança do campeonato, à condição, e não quiseram dar nem um segundo ao anfitrião.

Foi bonito de se ver. Houve sobretudo bom futebol. Mas só foi possível ser assim devido à forma como a equipa da casa abordou o jogo.

A ideia do Portimonense SC de assumir o jogo de igual para igual custou-lhes caro.

A partida começou às 18:30 e, ainda antes do primeiro quarto de hora, já por três vezes as malhas interiores das balizas tinham vibrado. Dois golos davam vantagem aos leões e um golo de grande penalidade levava as gentes de Portimão a acreditar num resultado positivo para o clube.

Foi ao segundo minuto da partida que Raphinha - que fez um fantástico jogo - marcou um grande golo em jogada individual. (Para ver e rever).

Três minutos passavam e Luiz Phellype renovava a sua situação atual. Um golo que transmite um quadro perto da perfeição naquilo que o técnico dos leões pretende, com um fim de golo simples e certo.

O jogo, em cinco minutos, parecia já levar previsões de goleada.

A situação não foi assim. O Portimonense SC quis dar a sua melhor face ao jogo, em resposta aos dois golos madrugadores da equipa leonina.

Existe muita discussão na jogada que vai dar, posteriormente, ao golo da equipa caseira - que o diga Hugo Viana. É um lance de difícil análise, mas no fim terá que se priorizar a situação de quem sofre a falta, sobretudo em caso de possível grande penalidade.

Romulo assumiu a marcação e converteu-a em golo.

Renan Ribeiro, bem conhecido pela sua qualidade entre os postes neste tipo de situações, ainda sacudiu a bola, mas esta levava já selo de golo.

O jogo foi amenizando e não mais se viram golos até ao intervalo.

O técnico do Portimonense SC fez entrar Lucas para a segunda parte e, mais tarde, Jackson Martínez, que foi dando conta de alguns pormenores interessantes que nos recordaram as excelentes condições e prestações que tinha nas épocas do seu auge em Portugal.

Ainda que Jackson tenha dado algo de novo ao jogo, o golo final do Sporting CP ainda se sucedeu antes do colombiano ter tido bola nos pés.

Raphinha volta a estar em destaque pelo golo marcado (65'), mas o cruzamento de régua e esquadro do capitão Bruno Fernandes é garantidamente meio golo.

A vida, por esta altura, estava muito difícil para a equipa caseira, mas Marcel Keizer decidiu mexer no jogo da sua equipa só quando faltavam onze minutos para o término do mesmo.

Eduardo entrou por Wendel ao minuto 79. Borja foi peça direta na substituição do argentino Marcos Acuña (88').

As situações finais de jogo começaram a ser geridas de melhor forma e, ainda que com um caso ou outro de maior relevo, não se ouviu mais gritos de golo.

Luciano Vietto foi o destaque que não conseguiu acertar com o marcador ou com a estatística. Mas, de certo, deixou os adeptos leoninos deliciados e com mais vontade de ver o jogador dentro de campo.

Portimonense SC 1 - 3 Sporting CP


PORTIMONENSE SC

António Folha não quis aceitar que a sua equipa não está capacitada para tomar este tipo de decisões de jogo frente aos grandes clubes portugueses.

O Portimonense SC acabou por pecar na ideia como quis assumir o jogo, e como se trabalhou antes.

A equipa algarvia soube ter em Pedro Sá um dos maiores destaques da jornada. O português demonstrou pormenores muito interessantes, tanto no processo defensivo como na construção inicial de jogo. Mas apenas quem não conhece o atleta fica tão admirado quando consegue fazer coisas superiores àquilo que pode ser a qualidade esperada num clube que tem algumas dificuldades em lutar por algo melhor em Portugal.

Também Jackson Martínez, durante o período em que esteve dentro de campo, demonstrou ser o ponta de lança que pode trazer forte presença na área e qualidade na finalização. Basta voltar a sentir a confiança desse momento.

Não é bonito ver um futebol fraco e com as linhas muito recuadas, quase como se nem importasse um golo conquistado, e o empate sem golos seja o maior desejo. Contudo, será que António Folha tentará jogar sempre de igual para igual com os seus adversários mais fortes? Que riscos pode isto tomar? 


SPORTING CP

No final do jogo, Marcel Keizer assume: «Foi o nosso melhor jogo da época».

O Sporting CP foi dominante e viu o seu quarteto ofensivo trabalhar muito bem, com qualidade e critério.

O cruzamento entre Bruno Fernandes, Luciano Vietto, Raphinha e Luiz Phellype parece ganhar excelentes contornos, tendo os primeiros dois assumido mais o processo criativo e os outros dois o processo decisivo.

Num destaque menos positivo, mas que também acabou por não comprometer a partida, esteve Sebastián Coates num pormenor já de seu hábito, mas que no jogo para a Supertaça trouxe consequências piores.

Uma nota importante e positiva na situação do Sporting CP, foi a forma como a determinado momento do jogo, num lançamento lateral, Keizer pareceu ter um contacto positivo com o pupilo da equipa, Thierry Correia.

Estes podem ser traços de confiança e boa estima para com o jogador que atualmente tem a sua grande oportunidade e, por vezes, tem tido algumas dificuldades com o rigor e competitividade do escalão maior do futebol português.

E, agora, teremos um Sporting CP constante para o resto da época e assumido na luta pelo campeonato? 

Assumo que fiquei triste. Triste e sem entender o que Marcel Keizer quis magicar nos últimos minutos da partida, com as substituições que fez.
Gonzalo Plata é um desejo de sucesso que quero ver no futebol, e ver o técnico holandês colocar mais um trinco de raíz em jogo, como é o caso do Eduardo, "fez-me comichão". Assim como colocar Borja por Acuña, mas aí já são outros tantos e pode ter sido uma troca aceitável. Mas, no topo desta pirâmide, fica mesmo a pior situação de todas, que passa por, na vantagem por dois golos, não executar a terceira e última substituição.

Até à próxima partida,
FL

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

"Face da mudança" - Gonzalo Plata


Extremo. Equatoriano. 18 anos. O brilho de quem ainda não teve a oportunidade.

Gonzalo Jordy Plata Jiménez nasceu em Guayaquil, a 1 de novembro de 2000. Foi criado jogador pelo Independiente del Valle e com 18 anos rumou a Portugal sobre a alçada do Sporting CP.

Lançou-se ao mundo a partir do Campeonato Sul-Americano de sub20, disputado no Chile, onde o Equador garantiu mesmo o grande troféu. Mas a grande explosão aos olhares dos grandes clubes surgiu com a Bola de Bronze do Campeonato do Mundo de sub20.

Com o desejo de alcançar os feitos de Luís Figo, Cristiano Ronaldo ou, até mesmo, Nani, transferiu-se para a equipa portuguesa.

Dentro das opções do clube, Plata tem estado deslocado dos grandes palcos e o seu maior triunfo vai passando pelas mãos de Leonel Pontes na equipa leonina de sub23.

Gonzalo Plata tem personalidade. Na velocidade, técnica, decisão e imprevisibilidade, vai demonstrando estar um passo à frente dos seus companheiros de equipa e da liga, pedindo através dos seus pés uma oportunidade a Keizer.


Previsão de transferência: A Gonzalo Plata tem, necessariamente, de lhe ser reconhecido todo o seu talento e potencial, de forma praticamente urgente.

Esta urgência leva-nos a um passado, não tão longo mas também não recente, de atletas que impacientemente não viram as suas qualidades serem aproveitadas como um verdadeiro ativo. No fim de tudo, os mesmos vêem-se aliciados pelos próprios rivais do clube.

Do disposto, olhamos a um posicionamento importante de Plata na equipa principal como aquela que poderá ser a sua melhor transferência e a do Sporting Clube de Portugal. Para os devidos efeitos, o jovem atleta sentir-se-á uma carta do baralho de Marcel Keizer e, também, o próprio SCP não estará a correr riscos para perder aquele que pode vir a ser um grande jogador no futuro.

Na atualidade, o treinador holandês admitiu que conta com o equatoriano para esta época, tendo sido rejeitado qualquer destino a título definitivo ou de empréstimo. Contudo, Plata viu-se primeiramente convocado para a seleção do seu país antes de garantir uma vaga nos convocados da equipa sénior dos leões.

Persuadido pela notícia ou não, o técnico dispôs o atleta às ordens do embate contra o Portimonense SC.

Plata não jogou qualquer minuto e Keizer apenas lançou duas das três substituições às quais tinha direito.

Se estamos perante um jogador que tem um papel no baralho da equipa e do treinador, parece necessário que o mesmo seja "mimado", para que não se deixe apagar a sua chama de querer dar tudo pelo clube.

Numa outra perspetiva, valida-se o Sporting CP como uma equipa que pretende conquistar o título de campeão nacional, e para isso não se pode contar apenas com 11 ou 14 jogadores do plantel, já que existem situações de cansaço acumulado, lesões e expulsões. Para além disso, o jogo jogado pelos atletas das várias posições, assim como os treinos, trazem ao de cima os seus melhores atributos, sobretudo se tiverem companheiros competitivos "a morder-lhes os calcanhares" para conquistarem aquela posição.

Válido ou não, Raphinha esteve a um nível bem mais positivo no jogo, em comparação a outras partidas. E Plata, também extremo direito, estava no banco.

O protagonismo que se aponta ao equatoriano, atualmente, pode estar a trazer o melhor que há do brasileiro.

Se no fim Keizer não assumir que o extremo possa ter influência na sua equipa, a titular ou até mesmo suplente utilizado, poderia ser interessante ver como se comportaria o equatoriano nas terras onde o seu atual técnico nasceu.

A Holanda, quer se queira ou não, é um liceu que transporta os seus alunos para as melhores universidades - não faltarão grandes referências ao FC Ajax como um dos melhores clubes formadores do mundo, ou o melhor.

A Eredivisie está dotada de jogadores jovens, com enorme potencial, e aos quais há a tendência de provocar, para que cresçam e mostrem tudo aquilo que podem dar ao futebol.

No fundo, o encontro entre a experiência do núcleo num clube holandês e os seus petizes fomentam o crescimento gradual, mas rápido, do atleta.

Naquela que é a posição de Gonzalo Plata, por norma, nos países baixos, nota-se a menor idade. O extremo acaba por se assumir uma peça que se espera de grande aprendizagem, já que muitas vezes o erro não compromete a totalidade da partida.

A época ainda vai no seu início, mas seria um gosto ver um jovem como Plata ter a sua oportunidade. Para o enriquecimento da liga e do próprio jogador.

Já agora, lembram-se de Ryan Gauld?

(Que não se feche a cortina ao espetáculo que Gonzalo Plata pode proporcionar).

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

"Fim de cena" - Wesley Sneijder

Através de uma entrevista ao clube Utrecht, testemunhamos mais um “Fim de cena”, com o centro campista holandês a ser o protagonista desta 2ª edição.

Nascido em 1984, o seu dom para o futebol já lhe corria nas veias, pois tanto o seu pai como o seu irmão mais velho (Jeffrey) praticaram esta modalidade e, nos dias de hoje, o seu irmão mais novo (Rodney) atua pelo RKC Waalwijk e também pelos sub19 da Holanda.

Com uma estatura de 1.70 metros, Sneijder iniciou a sua carreira no Utrecht, clube da sua cidade natal. Com sete anos de idade foi convidado, juntamente com Jeffrey, para realizar testes no clube mais conhecido da Holanda, o FC Ajax.

Felizmente para nós, o irmão do meio conseguiu uma vaga na equipa, ao contrário do que se sucedeu a Jeffrey, que não teve a mesma sorte.

A sua oportunidade de se estrear pela equipa principal acabou por chegar aos 18 anos, quando na altura Ronald Koeman, treinador principal do Ajax, enfrentava uma situação complicada, com vários jogadores lesionados, e optou por chamar Wesley para o jogo frente ao Willem II.

A 2 de fevereiro de 2003, Sneijder jogava a sua primeira partida oficial pelo clube holandês. O jogo terminou com uma vitória gorda por 6-0!

Nesse mesmo ano, estreou-se a jogar em “casa”, na Amsterdam Arena, no seu primeiro clássico contra o Feyenoord, mas foi frente ao NAC Breda que o seu primeiro golo surgiu.

Na temporada seguinte, Sneijder começou a destacar-se mais. Com a conquista do campeonato holandês, onde participou em 30 jogos marcando por nove vezes, começava a despertar o interesse dos chamados tubarões europeus.

Foi em 2007, por uma quantia a rondar os 27M€, que se juntou à equipa da capital espanhola, o Real Madrid, onde também encontrou um companheiro bem conhecido, Arjen Robben.

Com o número 23 nas costas, a sua estreia no campeonato não podia ter corrido melhor, conseguindo marcar o golo vitorioso frente aos rivais madrilenos, que culminou na renovação do título espanhol.

Apesar do brilhantismo que espalhou por Espanha, o holandês aceitou um novo desafio para a sua carreira e rumou por uma verba de 15M€ para o Inter de Milão.

Novamente, a história repetiu-se.

Tendo José Mourinho no comando, o cérebro holandês do meio campo ajudou a equipa a conquistar a Serie A e ainda um título que não era possível desde 1965 - a Champions League.

A sua estreia pela seleção aconteceu no dia 30 de Abril de 2003, tornando-se um dos jogadores mais jovens a atuar pela sua nação.

A sua primeira prova oficial por seleções foi o Campeonato da Europa de 2004.

Os anos passaram e a Holanda atingiu a final do Campeonato do Mundo de 2010 - o título que mais ambicionava – mas o jogo não teve o melhor desfecho. A seleção holandesa saiu derrotada pela Espanha, no prolongamento.

Ainda assim, o médio foi o melhor marcador da competição, empatado com David Villa, Diego Forlán e Muller. Mas o verdadeiro sonho tinha ido por água abaixo.


Após algum descontentamento no clube italiano, a meio da temporada 2012/13, contra todas as especulações dos seus possíveis destinos, rumou para o clube turco Galatasaray, por cerca de 20M€.

Por lá, deu muitas alegrias aos seus adeptos, mas em 2017 voltaria a mudar o seu rumo, desta vez para o Nice de França. No entanto, com as poucas oportunidades que teve para jogar e mostrar o que valia, em janeiro viajou para o seu último clube, o Al-Gharafa do Catar.

Em suma, podemos afirmar que por onde passou o holandês conseguia dar brilho e requinte, e com isso colhia os seus frutos coletivos para o clube que representava.

Para nós, ficará na memória o seu percurso e o contributo que deu ao futebol durante os 27 anos, enquanto profissional.

Vamos ter saudades, Sneijder!

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Atlético vence em jogo que se esperava mais de ambas as equipas

ATLÉTICO MADRID vs GETAFE FC
La Liga (1ª jornada) - 18/08/2019

No último domingo, a equipa do Getafe FC deslocou-se até ao Wanda Metropolitano, casa mais recente da equipa comandada por Diego Simeone.

Foi então, no jogo a contar para a 1°jornada da La Liga,  onde o esperado seria a vitória da equipa de Madrid, que poderia sentir algumas dificuldades, não só pelo nível de equipa que iria enfrentar, mas também pelo facto de ter feito uma revolução dentro do seu núcleo duro.

Essa perspetiva manteve-se durante os primeiros quinze minutos. Assim, com algum receio de arriscar, preferiram controlar o jogo através da posse de bola.

Contudo, o golo mais desejado iria aparecer aos 23' através de dois jogadores que outrora eram rivais em Inglaterra. Vindo dos Spurs, Trippier teve a felicidade de uma bola perdida lhe cair aos pés e num cruzamento de régua e esquadro, Morata finalizou da melhor maneira possível.

Vimos poucas vezes o Getafe FC na frente, mas, sempre que tinham oportunidade, procuraram dar o melhor seguimento. No entanto, os demais remates não chegavam à baliza do guardião Oblak.

Ainda na primeira metade assistimos a duas expulsões: uma direta (Getafe FC), através de uma entrada perigosa, e outra por um duplo amarelo (Atlético Madrid) e consequente vermelho, num espaço de dois minutos.

O melhor estaria para chegar, pois o miúdo 126M€ ainda não tinha dado ar da sua graça.

Foi, então, perto do relógio assinalar que faltavam trinta e cinco minutos para o fim, que João Félix pegou na bola e correu. Correu numa autoestrada passando por quatro jogadores, diria uns bons 50-60 metros sem tirar os olhos da bola, conseguindo, após arrancar muitos sorrisos e mãos na cabeça, "sacar" uma grande penalidade.

Álvaro Morata, encarregue de bater o penálti, deixou brilhar o guarda-redes adversário que manteve o 1-0 até ao apito final.

No que restava da partida, foi possível assistir ao domínio da equipa de Madrid, que acabou por ver o seu português a sair com dores, algo que não deve ser preocupante para a próxima jornada.

Em suma, valeu para o Atlético os três pontos conquistados em casa.

Ainda é esperado que os emblemas em causa consigam crescer durante a temporada e, possivelmente, estarão para breve melhores desempenhos por parte de ambos, após algumas afinações.

Atlético Madrid 1 - 0 Getafe FC


ATLÉTICO MADRID

Apesar de bem disputada a partida, ainda não vimos o melhor da equipa madrilena, como foi bem visível na pré-época, nos Estado Unidos. Porém, temos que dar o benefício da dúvida a algumas estreias na La Liga, como Lodi (que foi expulso), Trippier e João Félix.

O puro talento português deixou alguns rasgos da sua magia, e o lance que deixou todos os adeptos de boca aberta foi o auge desta sua estreia, onde esperamos que possa fazer melhor na próxima jornada.

Porém, as questões em que podemos incidir são: terá sido a contratação de Felipe necessária? Herrera conseguirá segurar um lugar no onze? João Félix irá conseguir transmitir este brilho a cada jogo?


GETAFE FC

Não foi a entrada perfeita de uma equipa que conseguiu, na época passada, o passaporte direto para a Liga Europa. Mas, esta deslocação, que à partida se esperava complicada, acabou por se tornar ainda pior. Com um jogador a menos, proveniente de uma expulsão direta, o plano inicial de jogo acabou por ficar um pouco estragado.

Após esta derrota, a moral pode estar em baixo. Contudo, o regresso de alguns elementos, que atualmente se encontram lesionados, poderão dar, a seu tempo, um empurrãozinho a este Getafe FC, que esperamos que termine no top10 desta edição espanhola. Antunes e Nemamja Maksimovic são alguns desses jogadores que poderão influenciar o bem da equipa.



Na minha opinião, o segundo amarelo mostrado a Lodi foi algo "puxado", já que a impulsão teve um final infeliz que, certamente, o jogador não esperava. Neste tipo de lances torna-se muito difícil ter a perceção exata e o toque no adversário acaba por se tornar involuntário.
Até à próxima,
DL

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

"Face da mudança" - Renato Sanches



Médio. Português. 22 anos. Bulo é a eterna «Águia da Musgueira».

Renato Sanches nasceu em Lisboa, mais concretamente na Musgueira. Entre as nacionalidades africanas dos pais, o jogador é um bom filho de Portugal e é o nosso destaque desta semana.

O centro campista que atua no Bayern de Munique teve uma vida curta no Recreativo Águias da Musgueira, onde tudo começou. Foi destaque no clube da sua zona e acabou por se mudar para a SL Benfica com apenas 9 anos.

Das Águias da Musgueira para as águias do Seixal, Renato foi escalando pouco a pouco no clube, conforme a sua idade e qualidade, até que se tornou jogador profissional pela equipa B da SL Benfica. Tinha apenas 17 anos e nem o próprio contava que os seus trinta e nove jogos e três golos, na primeira época, o levariam à equipa principal na temporada seguinte.

Bulo, alcunha que também lhe é atribuída, conquistou em 2015/2016 um lugar de destaque na SL Benfica e isso valeu-lhe o primeiro grande contrato da sua vida. E, mais tarde, uma transferência recorde para o clube da Luz, com 35 milhões limpos mais 45 milhões em objetivos oferecidos pelo Bayern de Munique.

Para além da SL Benfica, Renato Sanches teve também o seu momento de glória na seleção nacional.
Com Fernando Santos ao leme de Portugal, o rapaz da Musgueira foi tendo a sua oportunidade, sendo que no Campeonato da Europa de 2016 tornou-se mesmo um dos jogadores mais importantes da nossa conquista. Ninguém se esquecerá do seu momento frente à Polónia que, através de um remate forte e fora de área, ditou o empate e nos levou à marcação de penáltis. No fim de tudo, saiu do torneio com uma medalha de primeiro lugar e um título de campeão pelo seu país. Foi mesmo a cereja no topo do bolo.

O ano 2016 não acabaria sem que o mesmo fosse eleito o Golden Boy.

O Bayern de Munique vivia uma outra transição na época. Pep Guardiola despedia-se da Alemanha, rumando a Manchester, e Carlo Ancelotti passava a integrar o cargo de timoneiro da equipa bávara.
Renato Sanches já teria surgido como grande referência para o meio campo através do técnico espanhol, mas várias fontes ditam que o treinador italiano que o sucedeu foi quem pediu inteiramente a contratação do jovem jogador português.

Ainda que com várias partidas disputadas (53), Renato nunca pareceu entender-se totalmente no esquema tático que os treinadores procuraram ter no Bayern de Munique.

Em 2017/2018 chegou a ser emprestado ao Swansea City, e as esperanças aumentaram, mas a verdade é que o jogador não conseguiu render da melhor maneira e acabou por apenas disputar quinze jogos.

Nos dias de hoje vive alguma infelicidade. Sem confiança e minutos de jogo.

Karl-Heinz Rummenigge, dirigente do clube, acredita que ainda há espaço no plantel para o português. Mas, pelo que se viu na última partida, continua a ser para estar fora dos principais elementos.

Renato pede a mudança.


Previsão de transferência: Se fosse para acontecer, gostava de voltar a ver o Golden Boy 2016 a regressar às suas origens, pelo comando do inconfundível Bruno Lage, que tem uma certa aptidão para desenvolver e lapidar os seus recursos humanos.

Renato Sanches é um atleta que necessita de recuperar a sua confiança em campo e dentro de um coletivo. Nada melhor seria do que ver este atleta a retomar a casa e revoltar-se destes últimos anos na nossa Liga NOS.

Com o Bayern de Munique à procura de preencher o preço que este rapaz custou ao clube, sabemos que a venda a título definitivo à SL Benfica é um cenário improvável. Mas, sempre existe a opção de poder haver um acordo de empréstimo, que a ser bem analisado poderia ser a melhor solução para as três partes em causa – o jogador, a SL Benfica e o Bayern de Munique.

No caso do clube da Luz, acredito que a irreverência de Renato e a sua anterior passagem e formação pelo clube, trariam a Bruno Lage um bom companheiro, e também elemento competitivo, para puxar cada vez mais por Florentino Luís, que caminha a passos largos para a maturidade. Para além disso, Fejsa que não caminha para novo e já rompe na condição física, mas ainda assim o técnico não o descarta, acabaria por poder sair em descanso da equipa.

Quanto a Renato Sanches, acredito que encontraria no seu ex-clube uma nova bifurcação onde teria uma segunda oportunidade para tomar uma nova decisão para a sua carreira. É um jogador que facilmente se adaptaria novamente à liga e, portanto, podia recuperar toda a confiança, tanto de jogo como mental, para reafirmar-se no futebol europeu.

Por fim, a parte que se parece incomodar mais. O Bayern de Munique com um acordo de um ano ou ano e meio de empréstimo, caso o atleta fosse transferido em janeiro, podia reduzir um pouco os valores do salário do mesmo, se cruzasse ideias com a SL Benfica, ou até mesmo ter um pequeno retorno, a curto prazo, face ao empréstimo. Ainda assim, e correndo um risco que não me parece grande, o Bayern dependeria do momento do jogador, em Lisboa, para que no fim do empréstimo um clube com capacidade monetária suficiente, para as pretensões do clube, se chegasse à frente para a obtenção da maioria do passe de Renato.

A história com Renato Sanches tende a demorar. Mas apenas espero que termine como as belas histórias infantis: «e viveu feliz para sempre.».


Os empréstimos de jogadores, ainda nos dias de hoje, são vistos de forma absolutamente contrária àquilo que deviam ser verdadeiramente.
A prática do empréstimo a favor do desenvolvimento do próprio jogador, e até do futuro do clube, tem vindo a ser ultrapassada pela força económica que os demais interessados tendem a conseguir impor nas negociações pelo atleta.
Às vezes - e porque o futebol não pode ser pensado a curto prazo - temos situações de atletas que são emprestados a determinados clubes por influência do preço pago pelo acordo ou pelas cláusulas que vão acalmando o capital do clube, e acabam por não singrar para onde foram transferidos. Porventura, para além do clube que o obteve por empréstimo, existiam outras opções que se podiam adaptar mais ao atleta, podendo-lhe até ser garantida a titularidade na maioria dos jogos para que o mesmo não perdesse o ritmo de jogo, pelo menos.
No fim de contas, o jogador a curto prazo podia não ter rendido nada ao clube, mas após o período de empréstimo (longo prazo), podia estar pronto a assumir uma posição na equipa ou até ter interessados em garantir o passe do atleta por uma quantia que valesse a sua qualidade e o tempo despendido fora.

Num outro contexto, a tão conhecida Parábola dos Talentos reflete a situação daqueles que não aplicam devidamente os seus “talentos”.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

"Fim de cena" - Patrice Evra

Toda a gente se lembra deste francês, mais recentemente pelos seus vídeos postados na rede social Instagram, mas poucos se lembram da capacidade deste lateral esquerdo que nunca tinha medo de meter a cabeça onde alguns não metem o pé.

Como já é sabido, o próprio deu a notícia oficial da sua carreira ter chegado ao fim, após um ano sem ter contrato profissional. Assim, aos 38 anos de idade decidiu pendurar as chuteiras.

Este francês, com dupla nacionalidade senegalense, deu os seus primeiros passos no futebol jogando no último terço do terreno, na sua terra natal, no clube amador CO Les Ulis. Destacou-se muito rapidamente, conseguindo vários testes para entrar em equipas com mais "nome", tal como Toulouse FC e PSG, sendo sempre rejeitado pela sua estatura.

A sua sorte acabaria por mudar quando recuou no terreno e assinou um contrato profissional pelo SCD Marsala, subindo até à AS Mónaco. Sendo um jogador que já começava a dar nas vistas pelas camadas jovens francesas e sendo um internacional pela seleção principal, acabou por despoletar o interesse de um grande europeu.  Surgiu, assim, um clube e a magia aconteceu.

A meio da época 2005/2006, o Manchester United FC pagou 5.5M€ à AS Mónaco no mercado de inverno, não tendo conseguido ingressar à primeira no onze principal, na altura orientado por Alex Ferguson.

Apesar de alguns episódios racistas contra o esquerdino, o auge acabaria por surgir na segunda temporada (2007/2008), onde conquistou a titularidade e levantou um troféu que qualquer jogador deseja – a Champions League!

De salientar que a braçadeira de capitão acabaria por lhe chegar no início de 2012, com a saída do central Vidić.

Em 2014, rumou ao campeonato italiano pelo facto de a sua condição física já não ser suficiente para um campeonato tão competitivo como a Premier League. A Juventus FC foi, então, o destino do francês.

Ganhou tudo o que havia para vencer internamente durante as duas épocas que usufruiu em Itália, rumando à sua pátria para possivelmente pensar nos momentos finais da sua carreira.

A inclusão do jogador no Olympique de Marselha não correu muito bem, existindo complicações entre a claque e o próprio, desvinculando o acordo ainda em janeiro da própria época.

Passado um ano fora dos relvados, Patrice regressava ao futebol inglês, para representar os Hammers, que acabaria por ser o seu último clube nos 6 meses seguintes... Até à notícia mais triste, mas inevitável, para qualquer jogador – o fim de cena!

Na seleção francesa, com 81 partidas, mesmo sem ter ganho qualquer título, contribuiu para a qualificação para o Mundial 2018, na Rússia (que fora conquistada pela seleção francesa).

Por onde passou lutou sempre pelo emblema que representava, contra o racismo que, nos dias de hoje, continua a ser um problema mundialmente. Talvez a sua forma de "lutar" contra isso seja os seus vídeos fora do comum, nas redes sociais, que alegram o seu público e ainda assim são uma resposta fiel aos seus princípios.

Quem já assistia futebol no século XX, nunca se irá esquecer deste jogador, pelo facto de que o tamanho não dita a qualidade. E o Evra é a prova viva disso mesmo.

Vamos ter saudades Patrice Evra!


quinta-feira, 15 de agosto de 2019

"Face da mudança" - José Sá


Guarda-redes. Português. 26 anos. Olhar rebelde mas que se dá como «atleta humilde e de muito trabalho».

José Sá nasceu em Palmeira, uma freguesia do concelho de Braga, e é a nossa figura de destaque no dia de hoje.

Atualmente, mais de 4.000 quilómetros separam o atleta da sua cidade natal à cidade de Pireu, onde defende as cores da Olympiacos FC.

As cores vermelho e branco chegaram a ser hábito na sua juventude. Ainda que o seu primeiro clube de formação tenha sido o Palmeiras FC, da sua freguesia, vestiu em anos seguintes a camisola do Merelinense FC e da SL Benfica. Por fim, teve de viajar para fora de Portugal Continental, mais concretamente para a Madeira, onde representou o CS Marítimo. 
Aí se fixou. Terminou o seu período de aprendizagem e começou uma nova jornada enquanto guardião profissional.

A partir de 2012, José Sá foi deambulando entre presenças na equipa B e equipa A maritimista.

Foi mesmo no CS Marítimo que o guarda-redes começa a dar mais nas vistas dos grandes clubes portugueses. Sobretudo aquando da sua chamada ao Campeonato da Europa de sub-21 em 2015.

É complicado esquecer o sabor amargo da derrota na final desse ano, em que Sá não conseguiu negar qualquer penálti à seleção sueca. Ainda assim, a sua performance não estaria manchada já que sofreu apenas um golo em todo o torneio, sendo eleito o melhor guarda-redes.

Após o Europeu, os focos de vários clubes apontaram a estes atletas. Assim, José Sá, no ano posterior, transfere-se para o FC Porto.

Não seria fácil para um rapaz de 23 anos assumir-se num grande clube português. Portanto, durante as primeiras duas temporadas no clube assumiu-se mais perante a equipa B e o cargo de terceiro guarda-redes.
Obviamente, a sua titularidade complicava-se tendo como seus companheiros Hélton e Iker Casillas.

A sua última época ao serviço do clube surge como uma oportunidade inesperada. Acabou por assumir-se na baliza dos azuis e branco em 14 partidas para o campeonato, não estando presente em nenhuma derrota.
Na Liga dos Campeões o sucesso não foi o mesmo. Mas fica na retina a importância que se lhe reconhece na conquista do campeonato nacional.

Não havia melhor maneira de se despedir.

Após uma época de empréstimo à Olympiacos (2018/2019), onde disputou 31 jogos, José Sá assina um vínculo definitivo com a equipa grega.

Hoje em dia é o assumido número um do treinador português, Pedro Martins, para a posição de guarda-redes e não tem fugido na hora da decisão.

A época 2019/2020 tem-se iniciado perfeita, somando já quatro jogos oficiais e nenhum golo sofrido.
Nesta última eliminatória da Liga dos Campeões, frente ao Basaksehir, o guardião mostrou-se elemento chave na primeira mão, negando o penálti a Visca aos 90+2’. E, para que não lhe fugisse todo o protagonismo, assumiu-se como figura de destaque do agregado após uma defesa de grande nível a remate do tão conhecido jogador brasileiro Robinho, que abriria o marcador a favor dos turcos. Ainda na mesma partida, o adversário bem que tentou mas José Sá teve nota 20 em todos os momentos.


Previsão de transferência: Pelo que se sabe, existiu interesse do Real Betis Balompié no jogador enquanto este se encontrava a meio termo entre a Olympiacos FC e o FC Porto. O seu nome foi levado a público e, de certo, vários clubes o colocam hoje em dia debaixo de olho.

José Sá parece-nos ser um atleta com perfil para se integrar, no futuro, num clube espanhol de nível europeu. Ainda assim, serve o serviço à Olympiacos FC para que o atleta possa crescer de forma gradual e possa obter experiência, já que o clube disputa a Liga dos Campeões. Com a titularidade, Sá terá certamente mais um ou dois anos que se esperam de triunfos, mas sobretudo de afirmação no contexto europeu.

No nosso país vizinho são vários os clubes que vão ao encontro de jogadores portugueses para completarem determinadas posições em campo – muitas vezes para assumirem logo titularidade. Casos como William de Carvalho para o Real Betis Balompié, Gonçalo Guedes para o Valência FC ou Beto para o Sevilla FC, são perfeitos exemplos do que anteriormente foi descrito.

Estes exemplos acabam mesmo por ser destinos perfeitamente possíveis para José Sá, a nosso ver, sendo que o Betis já teve a sua primeira abordagem.

Ficamos a aguardar os 28 anos do atleta para confirmar a nossa previsão.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Vítor Oliveira "canta de galo" com Marchesín a evitar males maiores

GIL VICENTE FC vs FC PORTO
Liga NOS (1ª jornada) - 10/08/2019

No último sábado, a equipa do Gil Vicente FC recebeu o FC Porto no Estádio Cidade de Barcelos, a contar para a 1ª jornada da Liga NOS.

Esperava-se que o vice-campeão da época transata fosse favorito à vitória frente a um Gil Vicente sem grandes níveis de competitividade e que tinha sido construído desde o zero, através das mãos do técnico Vítor Oliveira, o grande conquistador da Liga Ledman Pro.

Contudo, a história acabou por ser bastante diferente. O FC Porto entrou em campo sem identidade e o Gil Vicente, com todo o mérito, soube aproveitar.

Com linhas baixas, mas fora do denominado "anti-jogo" ou do "autocarro na baliza", a equipa gilista esperou pacientemente pelos erros do visitante para ir ganhando confiança. E, como já foi destacado, os dragões estiveram bem longe daquilo que presentearam os seus adeptos, sobre o comando de Sérgio Conceição, na conquista do campeonato há dois anos e até mesmo no vice-campeonato da época passada.

O primeiro golo tardava a aparecer na partida. Depois de Marchesín ter salvo o resultado para o Porto na primeira parte e Tiquinho Soares ter salvo para o Gil Vicente, a hora de jogo ficou marcada pela má definição de Marega, que entrara um minuto antes.
Com a perda de bola do maliano a meio campo, bastou uma transição simples a dois ou três toques para que Lourency, na velocidade, ficasse na cara do guardião portista e colocasse a bola dentro das malhas adversárias.

Com o golo gilista, os dragões começaram a mostrar-se mais ao jogo.
Luís Diaz, que tinha entrado também perto dos 60', num momento individual disparou fora da grande área e, ainda que a bola não tenha ido em direção à baliza, mais tarde daria em golo. Tudo isto porque após análise do VAR foi detetado um desvio irregular (mão na bola) proveniente do defesa central Rodrigo, do Gil Vicente.
Alex Telles tratou de assumir a cobrança do penálti, como já é hábito, e empatou para os visitantes.

O jogo parecia recompor-se e os azuis e brancos ganhavam novamente favoritismo na partida. Mas, numa situação mais dispersa do jogo foi o Gil Vicente a aproveitar para marcar, com alguma sorte à mistura. Kraev foi o fuzileiro que encaixou uma bola imprevista na gaveta.

Após o segundo golo gilista, o FC Porto foi movido apenas e só pelo coração, deixando de lado os principais fundamentos táticos, procurando através do habitual "chuveirinho" um milagre que garantisse pelo menos um ponto no primeiro jogo do campeonato.

Gil Vicente FC 2 - 1 FC Porto


GIL VICENTE FC

Foi, sem dúvida, a grande surpresa da 1ª jornada.
Ainda que com um técnico bastante experiente, há que salientar que a equipa de Barcelos está de regresso à primeira divisão proveniente da terceira divisão portuguesa, após uma decisão jurídica. Os gilistas vêm, então, sem grandes níveis de competitividade e com uma equipa desenhada desde o zero.

Todo o elenco, estruturado de base, soube ser competente no seu primeiro jogo do campeonato, demonstrando o rigor tático que Vítor Oliveira pretendia, de forma a dificultar ao máximo a vida dos azuis e branco.

Por entre a competência e a paciência, Lourency foi a figura de destaque do lado gilista.
O jogador brasileiro, que escapou à viagem que gerou o acidente mortal aéreo da Chapecoense, mostrou irreverência com e sem bola. O extremo mostrou-se muito ativo na partida, dando bastante trabalho à defensiva portista, e acabou mesmo por ser dono do primeiro golo da partida.

Depois deste resultado, a equipa deve aumentar os seus índices de confiança. O que esperar deste Gil Vicente? E de Lourency?


FC PORTO

Longe do seu melhor, o FC Porto destacou-se pela positiva, na sua maioria, através de Marchesín e Zé Luís.
O primeiro foi responsável por atrasar o primeiro golo da equipa caseira, num momento que certamente lhe irá garantir posição nas melhores defesas do campeonato. O guarda-redes fica, cada vez mais, visto como uma boa contratação de última hora e parece trazer garantias de segurança.
O atleta cabo-verdiano demonstrou ter qualidade no apoio ofensivo, e uma experiência e qualidade diferenciada comparativamente aos outros pontas de lança. Ainda assim, Zé Luís dá a noção de não ser um avançado que goste de jogar sozinho na posição central, dado que procura muitas vezes jogar de costas para a baliza, com o intuito de poder trabalhar a bola com os seus colegas antes de se entregar ao golo.

Num outro destaque, Tiquinho Soares foi quem mais surpreendeu pela negativa. O avançado brasileiro passou bem ao lado das suas melhores atuações. No momento em que pôde demonstrar o quão letal pode ser, falhou, inexplicavelmente, uma oportunidade de ouro, com um remate em jeito e pouca força para o lado mais denunciado. Após essa jogada mal apareceu em campo. Ainda chegou a ser servido por Zé Luís numa outra situação, mas que já levava um outro tipo de dificuldade.

Acabam por surgir algumas questões no ar: "Será o 4-2-4 a melhor opção tática para o FC Porto?", "Não teria sido importante ter Nakajima no banco, face a sua irreverência?", "Otávio na ala é opção viável?".



Esta partida entre Gil Vicente FC e FC Porto acabou mesmo por me recordar os jogos de Football Manager, quando estamos ao leme  de uma equipa menos forte, onde somos obrigados a alinhar numa tática adequada ao contra-ataque. Mas, mesmo assim, existe a necessidade de saber escolher os extremos mais velozes e o melhor finalizador para completar as jogadas de maior perigo, que incorrem dos erros adversários. 

«A paciência é uma virtude».
Até à próxima partida,
FL


sábado, 10 de agosto de 2019

O pontapé de saída!

O blog, e página de instagram, Ponto.Desportivo surge em parceria com a página Ponto.Placard, também do instagram.

Nesse segmento, acolhemos o mesmo logótipo da página Ponto.Placard, apenas diferenciando a imagem que é núcleo do escudo circular principal a verde.

Inicialmente, o Ponto.Desportivo irá trabalhar em foco sobre a modalidade rei em Portugal, tendo esperanças que num futuro se possa aumentar o número de modalidades em destaque.

Este blog tem como principal objetivo ser diferente da categoria de "notícia". Aqui não pretendemos informar o leitor da atualidade, mas sim expressar uma opinião sobre determinadas componentes do futebol.

Existirão, inicialmente, três rubricas que pretendem focar três elementos distintos do futebol - o Jogador atual, o Jogo jogado e o ex-Jogador.

No sentido de realçar o Jogador atual, quanto às suas qualidades e ao seu potencial, apresentaremos semanalmente a rubrica "A face da mudança".

Esta rubrica pretende olhar para o perfil do jogador, devido ao seu destaque e, sobretudo, ao seu potencial. Em suma, queremos analisar os seus melhores e piores atributos, completando com uma "previsão" do clube, ou dos clubes, onde o atleta se possa encaixar.

No que toca ao Jogo jogado, estaremos semanalmente atentos a um jogo, com o intuito de analisar, passo a passo, os melhores e piores momentos da partida.

Não sendo nós nenhum Special One, como José Mourinho, ficaremos simplesmente associados à rubrica "Special Two". Somos dois e esperamos estar acima dos "treinadores de bancada" ou "treinadores de sofá".

Por fim, mas não menos importante, traremos até vós uma rubrica denominada "Fim de cena" onde será reavivada a memória de atletas que passaram pelo futebol e deliciaram os nossos olhos. Para além do seu passado, iremos também encontrar as suas melhores facetas nas suas vidas profissionais atuais.

Damos, assim, o pontapé de saída para esta grande partida, onde esperamos deixar os nossos leitores interessados com todos os momentos, como se de um grande clássico se tratasse!