Para esta edição, não tinha mais cartas do meu baralho
para apresentar. Foi então que soube de uma notícia que me deixou triste e
ao mesmo tempo em choque (mais à frente explico a razão).
Nascido a 13 de abril de 1988, este brasileiro deu os seus
primeiros toques pelo Grémio quando tinha 11 anos e assinou o seu primeiro
contrato profissional aos 16 anos!
A sua primeira época não foi de grandes feitos, com poucos
minutos e apenas um golo e, juntando a isso, a descida de divisão do clube para
a Série B.
Mas, no ano seguinte, foi posto à prova e aguentou a pressão
de ser titular, conseguindo não só ser o jogador mais totalista e entrar no
onze da temporada (daquela divisão), como também garantir a subida de divisão
que o clube queria garantir.
A partir daqui tudo mudou. Em 2005 foi acordada a
transferência para um clube europeu, que seria oficial quando a temporada no
Brasil chegasse ao fim. Foi então em janeiro de 2006 que Anderson aterrava na
cidade do Porto para jogar pelo clube do Norte.
Ao início pensei que seria mais um que precisaria de ritmo e
adaptação, mas o que apresentou em campo desde que teve a sua primeira
oportunidade foi apenas incrível. De tão tenra idade e já conseguia ser o
dono do meio campo e, sem querer ser oportuno, possivelmente do jogo.
Com época e meia nos dragões conseguiu ser fundamental
desde o momento em que chegou e foi colhendo os frutos desse seu talento,
conquistando 3 títulos nacionais: a Supertaça de Portugal, o Campeonato e a Taça
de Portugal.
É evidente que gosto que todos os denominados "craques" que passam pelo nosso país fiquem o máximo de tempo possível, e este miúdo estava no lote desses meus desejos mas, para tristeza minha, partiu para outro país - Inglaterra.
Com 19 anos partiu para o Manchester United por uma verba
de 31.5M€ e foi apresentado com o português Nani, com o número 8 nas costas.
Apesar de ser uma segunda linha, viria a ser o dono do lugar que carregava nas costas. Assim, estreou-se a 1 de setembro de 2007, frente ao Sunderland.
Demorou para fazer o gosto ao pé, e até para ser um titular indiscutível. No entanto, tal aconteceu a 12 de setembro de 2009.
Mas antes desse grande passo, teve um papel importante na
final da Liga dos Campeões 2007/08, onde substituiu Paul Scholes devido a uma lesão e foi um
dos selecionados para a loteria dos penaltis, convertendo e contribuindo para
essa conquista europeia!
Foi a partir desta final que vi um potencial a
regredir e, possivelmente, sem explicação!
Com muitos comentários do próprio a desejar regressar ao
Dragão, viu o seu contrato a ser prolongado, tendo Alex Fergunson elogiado o
seu crescimento e planeado o seu futuro. No entanto, tudo mudou para pior.
Sendo sincero, nunca mais ouvi falar dele, a não ser que
tenha executado uma jogada vistosa ou que tenham feito um flashback
de uma memória e me tenha recordado dos velhos tempos em que espalhava magia
por Portugal.
Penso que é insignificante falar do seu trajeto de
empréstimos e representações de contratos novos, pois até dá pena relatar isso.
Mas tal como tinha mencionado anteriormente, só através de
notícias de jogadas é que se fazia luz sobre este jogador e foi sobre ele que
decidi falar pela simples razão de ter anunciado o fim de cena!
Jogava na segunda divisão turca e aos 31 anos de idade e
com apenas uma partida disputada na época 2019/20, o presidente revelou o
seguinte: «O Anderson decidiu deixar o futebol, reduziu o ordenado em 400
mil euros e vai continuar trabalhando no clube. Acredito que seja muito útil
nas relações externas, revelou Murat Sancak, presidente do Adana
Demirspor.».
De salientar a sua participação nas seleções jovens (sub-17)
do seu país natal, o Brasil, tendo mesmo sido chamado para a seleção principal
da canarinha. Aí estreou-se em 2007 frente ao México, terminando numa vitória
pela margem de dois golos a zero. Ainda participou nos jogos olímpicos de 2008,
pela orientação do selecionador Dunga, marcando o seu primeiro golo pelo país e
terminando no 3º lugar dessa competição.
Poderia ser um destaque para a nossa secção “O que te
faltou?”, mas com muita pena minha sairá nesta edição, que tem como objetivo dar a
conhecer a melhor face da carreira de um jogador profissional. Apesar de ter um
talento enorme, não teve a finalidade que muitos esperavam, e eu faço parte
desse lote que esperava vê-lo a singrar num clube como o Manchester United. No entanto, como tenho vindo a dizer ao longo desta narrativa, é a edição mais triste e
pobre sobre um jogador que podia ter tudo, mas terminou com pouco ou menos do
que era esperado.










