Entre os vários laterais de origem portuguesa que começam atualmente a despoletar para o futebol - e aqui destaco Nuno Tavares -, senti-me na "obrigação" de falar sobre um outro jovem que, ainda que com necessidade de aperfeiçoamento, tem qualidade para voar em primeira classe entre as nuvens da Europa.
Em boa verdade, Thierry tem características fortes para se tornar num lateral de qualidade, mas precisará de uma boa gestão da sua vida. Não tão pessoal, mas sim por parte das entidades que tenham os seus direitos.
Thierry Rendall Correia foi um dos maiores destaques deste início de época no Sporting CP. Com um começo nervoso e para esquecer, face à goleada sofrida frente à SL Benfica, Thierry tem de agradecer a quem sempre menos demonstrou interesse na sua utilização, Marcel Keizer.
Keizer foi quem mais hesitou na integração do português na equipa principal do Sporting CP, tendo mesmo, durante a pré-época, nomeado Tiago Ilori para a posição mais recuada e à direita do terreno de jogo.
O holandês, sem resultados positivos, com base nas suas decisões, sentiu a obrigação de nomear o jovem jogador da Amadora, já que a maioria dos seus laterais direitos estavam lesionados e compreendia-se que Ilori não tinha funcionado.
Thierry foi lançado às feras na Supertaça. Perdeu pelo resultado. Mas venceu pela garra e amor à camisola, com os adeptos do clube a desejar ver mais dele.
Foi titular a partir daí. Com jogos melhores e jogos piores, mais desenvolvimento ou menos desenvolvimento, mais cansaço ou menos cansaço, o lateral saiu inesperadamente dos quadros da equipa.
Entre 4 de agosto e 31 de agosto, Thierry ganhou o seu lugar na equipa. Logo depois, foi vendido por 12M€ ao Valência FC.
De momento, nem o técnico holandês nem o defesa direito estão inseridos nos quadros leoninos.
Para ser sincero, ainda que compreenda a situação financeira atual do Sporting CP, a sua venda poderá não ter sido benéfica para ninguém. Nem para os leões, já que o seu valor de mercado terá tendência a subir, nem para o próprio jogador, que atualmente não faz parte dos habituais nomeados para os jogos dos Los Ches.
Penso que o jogador sabe que este passo não foi verdadeiramente bom, ainda que tenha dito estar «muito contente e motivado para este novo desafio».
Foi forçado, fora de tempo. Ainda estava a encontrar o lugar no clube que o viu crescer e, rapidamente, voou de Lisboa para Valência.
Por agora, tem visto os jogos em casa ou na bancada.
Previsão de Transferência: Esta recente transferência não trará, de certo, indicações para uma possível venda a título definitivo no fim da época, tão pouco no mercado de inverno.
Thierry Correia terá de se conformar com o papel que teve de viver durante o período em que esteve no clube português.
Será um jogo de paciência até que o seu momento chegue. Contudo, para quem já viveu algo semelhante anteriormente, pode tornar-se mais frustrante.
Muito sinceramente, o que o vai colocando na esperança de um dia vir a ser convocado é mesmo a lesão do também ex-Sporting CP, Cristiano Piccini.
As duas opções viáveis para o atleta passarão pela sua manutenção na equipa, concentrando o seu trabalho nos treinos e esperando a sua oportunidade, que nunca se sabe quando chegará, ou pela sua saída a título de empréstimo no mercado de inverno.
A segunda opção parece-me ser um caminho com "luz ao fundo do túnel".
Já na época passada lançava a ideia de que podia ser um jogador muito bem aproveitado no Vitória SC, como elemento de rotação. Até agora não desfoco dessa possibilidade de se cruzar novamente com um clube português e, como referência, a equipa vimaranense. Desta vez, dar-lhe-ía um papel mais importante.
A sua predisposição física e capacidade em subir no terreno podem ser muito importantes para as equipas, que acabam por ter um sistema baseado em dinâmicas de contra-ataque fluído e, eventualmente, mais direto e pelas alas.
Ainda que estejamos no início da época, o RCD Mallorca parece necessitar de reforçar com inteligência os seus setores, para que possam fugir de um novo regresso à segunda divisão. Não só de velhas caras com experiência, mas também com juventude de qualidade.
Para isso, e com uma intenção de conquistar o maior número de minutos na La Liga, Thierry podia ser uma boa influência sobre o eixo direito da equipa de Palma de Maiorca.
Seria importante para o jogador manter o ritmo competitivo e, certamente, regressaria com outro tipo de experiência, sobretudo na primeira divisão, após o período de empréstimo.
Fico a desejar o melhor para esta pequena e tão grande promessa do futebol português.
Fico a desejar o melhor para esta pequena e tão grande promessa do futebol português.

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